7 formas inteligentes de lidar com as birras
Na Rede Amamenta o desenvolvimento ajustado das Pulguinhas é uma das principais preocupações. Oferecer aos pais as ferramentas e estratégias adequadas para o conseguir passa pela informação e formação em parentalidade consciente. Estas são seis ideias para saber lidar com as birras de forma inteligente e promover os chamados comportamentos ajustados.
Como ajudar as nossas pulguinhas a encontrar “comportamentos mais ajustados”?
1.Ver para além do comportamento, investigando com empatia e curiosidade, de coração aberto: questionar-nos“Qual a necessidade que (a criança) está a tentar satisfazer neste momento”. Lembrar que todos os Comportamentos têm uma intenção positiva: de satisfazer uma necessidade (ainda que tenham usado uma forma desajustada de o conseguir naquele momento);
2.Identificar a emoção que provavelmente a criança estará a sentir - nomeando-a (Mesmo que não se acerte a criança percebe que estamos conectados com ela e a ajudá-la a descobrir o que se passa consigo.) Ex.: “Estás zangada queres brincar com o brinquedo que o mano tem na mão?”
Quando nomeamos a emoção que estamos a sentir, parte da tensão diminui ao ser escutada. As emoções são mensageiras das necessidades, como luzes do tablier que se acendem sempre que algo não está bem com o carro. As emoções continuam a intensificar-se até serem escutadas e a perdurar até se satisfazer/vivenciar a necessidade em falta.
3.Ajudar a gerir o turbilhão emocional, disponibilizando-se para ajudar a acalmar. “Queres um abraço/colo?”; “Vamos passear?”
Se a criança estiver com comportamentos agressivos (direcionados para si ou para as outros pessoas) e não se conseguir controlar, seguramo-la de forma firme mas gentil (apenas com a força necessária para evitar danos). Se necessário saímos com a criança para um local mais calmo, com o mínimo de estímulos e longe do olhar de outras pessoas que possam deixar constrangida a criança ou nós próprios (ex.: casa de banho ou rua). A própria mudança de contexto pode ajudar a criança a acalmar-se.
4. Evite falar (durante o turbilhão emocional em que a criança se encontra), ou utilize frases simples claras, realistas, colocadas na positiva. Mesmo que utilize um tom firme é importante que seja gentil e mostre genuína empatia.
5. Procure ficar ao nível dos olhos das crianças. Quanto maior a discrepância de tamanho, som e movimento mais assustada e em alerta (reativa) irá permanecer a criança.
6. Ajudar a encontrar outros recursos/alternativas mais ajustadas “Vamos procurar outro brinquedo para te divertires?”, “Queres pedir ao mano para te emprestar aquele brinquedo quando tiver acabado de brincar com ele?”
7. Ajudar a criança a colocar-se no lugar da outra pessoa e a reparar o dano, caso não tenha sido possível evitá-lo.
Exemplos:
“Tu gostas de brincar com aquele brinquedo, o mano também! Ele estava a brincar com o brinquedo primeiro. Quando queres alguma coisa, primeiro pedes depois esperas a tua vez. Ou procuras outro brinquedo.”
“Há pouco estavas muito zangado e magoaste o mano, o que podes fazer para o ajudar, para o coração dele e o teu ficarem a sorrir?" (se a criança não disser nada, podemos dar sugestões até a criança escolher uma, sem nunca obrigar, chantagear ou manipular).
Qual o maior desafio para os pais/ educadores?
Provavelmente, termos calma para não nos deixarmos arrastar pelo turbilhão emocional, mantermo-nos conectados connosco e com a criança. Termos consciência que a criança, tal como nós, está a fazer o melhor que consegue naquele momento. E que as crianças estão a aprender a gerir as suas emoções, sendo fundamental a nossa ajuda para não se perderem "no mar alto" das emoções. Que enquanto as crianças estiverem assoberbadas por emoções não se conseguem controlar, nem tomar decisões ajustadas. E que, para se acalmarem, precisam de se sentir seguras, em conexão.
Não existem pais/educadores perfeitos!
Fazemos o melhor que conseguimos em cada momento e podemos sempre contar com o nosso coração para nos ajudar a iluminar o melhor caminho a seguir!
Inês Gaspar, 38 anos, membro da Rede Amamenta (Amamenta Lisboa). Mãe de 2 crianças que considera serem os seus gurus. Psicóloga Clínica & Infantil, Facilitadora Parentalidade Consciente, com 12 anos de experiência a acompanhar pais e filhos, acredita que “cada mãe/pai são os verdadeiros especialistas dos filhos”. Coach, praticante de Mindfulness & Heartfulness e de comunicação consciente (Comunicação não violenta).
Contactos Rede Amamenta
E-mail: lisboa@amamenta.net
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