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Quem tem medo do lobo mau?  Como lidar com os maiores medos (e ansiedades) das crianças a partir dos 4 anos

Quem tem medo do lobo mau? Como lidar com os maiores medos (e ansiedades) das crianças a partir dos 4 anos

Crescer é um processo complexo e é natural que ao aumentar a sua capacidade de compreensão do mundo, a Pulguinha veja também aumentar os seus receios. Seja o bicho papão ou o medo da morte, há um conjunto de medos comuns, que podem estar associados ao imaginário coletivo ou à realidade que rodeia a criança.

 

Para os compreender melhor falámos com a Psicóloga Clínica e da Saúde Cláudia Chasqueira, especialista em desenvolvimento infantil e perturbações emocionais.

Perceber melhor quais são os medos mais comuns das Pulguinhas em idade escolar vai permitir-nos saber como as orientar, tranquilizar e explicar melhor o que as assusta.

 

1. Quais são os medos mais comuns entre as Pulguinhas?

 

O medo é uma condição inerente à natureza humana e é uma resposta normativa perante ameaças reais ou imaginárias.

As crianças – na sua maioria - manifestam medos transitórios, que se dissipam ao longo do desenvolvimento.

Os medos mais comuns e frequentes, típicos em determinada idade ou fase do desenvolvimento, são: separar-se das figuras de vinculação, seres imaginários (monstros, bruxas, fantasmas), escuro, animais, ficar sozinho, perder-se ou ser raptado, acidentes (magoar-se/ferir-se), morte e do desempenho escolar.

Com o desenvolvimento e maturidade emocional os medos vão diminuindo e desaparecendo gradualmente.

 

2. Como podemos ajudar a esclarecer e acalmar a Pulguinha?

 

Devemos partir da premissa de que ter medo é um aspeto adaptativo do desenvolvimento, pois prepara o organismo para o perigo, ativa a proteção e promove a sobrevivência.

Daqui, e para melhor ajudar a acalmar os nossos filhos, devemos começar por compreendê-los, respeitá-los e apoiá-los.

Subestimar os medos e desvalorizar a sua manifestação são respostas a evitar, tal como “Não tenhas medo” ou “Isso é um disparate”.

Apoiar e respeitar começa por sermos modelos e manter a coerência nas nossas respostas.

Mostrar que ter medo é natural, que conversar com os pais sobre o que os assusta é uma boa forma de os ultrapassar e que os pais vão, juntamente com eles, encontrar formas de lidar, conquistar confiança e segurança.

Perante o medo do escuro – um dos medos mais frequentes e que tanto interfere com a rotina diária - pensar em formas de dominar o que o assusta, permite à criança uma perceção controlo aumentada, tal como deixar uma luz de presença no seu quarto ou deitar e adormecer com o seu peluche de estimação. Procurar o monstro debaixo da cama ou dentro do armário, passar pelas divisões da casa que estão às escuras a correr, não será a melhor estratégia, pois poderá reforçar a crença de que também os pais acreditam que os monstros existem e não conseguem encontrar forma de os vencer.

Podem ser também boas práticas ler um livro, em que outras crianças expressam os seus medos e encontram estratégias para os ultrapassar, bem como explicar com palavras adequadas ao seu nível de desenvolvimento - de forma simples, lógica e racional - determinadas questões ou situações (ex. perante o medo de ladrões ou raptos durante a noite, enquanto estão todos a dormir, que a casa é segura, que os pais estão sempre ali e que noite após noite nada de mal lhe acontece).

 

3. Por que falamos de medos entre os 4 e os 8 anos? O que acontece nestas idades?

Se, numa perspetiva, a aquisição de novas habilidades, competências cognitivas, motoras e aprendizagens conduz ao desaparecimento de determinados medos, é a partir da idade pré-escolar e escolar que outros medos tendem a manifestar-se com maior intensidade e frequência.

Nestas idades surgem os medos dos seres imaginários, escuro, ficar sozinho, perder os pais, animais, da escola, que podem ser entendidos à luz das tarefas do desenvolvimento normativo.

Em termos desenvolvimentistas, aos 4 anos – idade pré-escolar – a criança atravessa o período pré-operatório. É a fase primordial da centração (para dar resposta a um problema a criança só considera um aspeto de cada vez) e do egocentrismo, revelando incapacidade em distinguir acontecimentos psicológicos de acontecimentos externos, o que representa uma indiferenciação entre a criança e a realidade.

O pensamento é dominado pela imaginação, que se confunde com a realidade, com o predomínio do pensamento mágico (atribuir aos objetos qualidades psicológicas ou características humanas). É ainda nesta fase do desenvolvimento que surge a irreversibilidade do pensamento, isto é, a criança não consegue desfazer as ações que realizou para comprovar o seu raciocínio.

A partir dos 7 anos – já em idade escolar – no período operatório concreto, a criança começa a desenvolver a capacidade de conceptualizar, de criar estruturas lógicas para encontrar explicação para as suas experiências e vivências, mas ainda sem capacidade de abstração.

 

4. Quando é que os conselhos dos pais não chegam e se torna necessário consultar um especialista?

Enquanto pais devemos adotar uma postura que ajude a criança a promover a sua segurança interna e autoestima global. Ainda assim, quando o medo deixa de ser transitório e se transforma em fobia – medos mais frequentes e excessivos, fora do controlo da criança, duradouros, não específicos da idade e interferem com as suas rotinas e dia-a-dia – será o sinal de que a criança estará a experienciar um mal-estar que ultrapassa o medo normativo do “monstro debaixo da cama”. E esse será o momento em que procurar a ajuda de um especialista – pediatra, psicólogo clínico – poderá ser um bom suporte aos pais para ajudar os filhos a desenvolver recursos e ferramentas úteis ao seu saudável desenvolvimento.

 

 

Contactos e mais informações:

 

Cláudia Chasqueira

Psicóloga Clínica e da Saúde

Pós-graduada em Aconselhamento e Psicoterapia com Crianças e Adolescentes pela Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva

Exerce funções nas áreas do neurodesenvolvimento, perturbações emocionais e pedopsiquiátricas no CADin – Neurodesenvolvimento e Inclusão e na Clínica Saudestrutural.

Mais informações:

claudia.chasqueira@cadin.net

 

 

 

Para acalmar a Pulguinha e ajudar a superar os seus medos estas são algumas sugestões:

 

almofada ovelhinha chega na hora de “contar carneirinhos” para ajudar a Pulguinha a adormecer. Macia, confortável para apoiar a cabeça, e fofinha para abraçar. É mais segura e higiénica que os conhecidos peluches, por não ter pelos que podem acumular pó, nem saliências que podem magoar, como nariz ou olhos de plástico duro. Este é o amigo constante que, noite após noite, conforta e ajuda a lidar com o receio de um quarto mais escuro e o momento de fechar os olhos.

 

 

 

Muitas Pulguinhas ganham o hábito de abraçar uma fraldinha que se torna o consolo diário. A mais famosa delas será talvez o personagem Linus do Charlie Brown, que nunca abandona a sua fraldinha azul. As fraldas ó-ó, com anjinho, monograma, estrelas ou borboletas são esse especial pano macio, tecido com amor. Personalizáveis, as fraldinhas ajudam a acalmar e a enfrentar os medos, como um companheiro seguro que nunca abandona e que basta o seu toque para tranquilizar. 

 

 

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