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O que são as birras? O que precisamos de perceber sobre as birras

O que são as birras? O que precisamos de perceber sobre as birras

Ser mãe ou pai é mais do que dar amor e colo, também é dar regras, educação e disciplina. A parentalidade é uma função a tempo inteiro e com muitos matizes. Conseguir manter a presença de espírito quando estamos perante birras ou comportamentos que se querem corrigir, são alguns dos desafios que os pais têm de aprender a superar com as suas Pulguinhas.

 

A Parentalidade Consciente é nome a memorizar, este é um recurso útil para aprender a gerir o dia a dia com os filhos para que tudo fique mais simples e harmonioso. Falámos com Inês Gaspar, Psicóloga Clinica e Infantil, especialista em Parentalidade Consciente, para nos dar a conhecer o conceito e ajudar a encontrar estratégias que permitam controlar as nossas emoções, enquanto lidamos com as emoções deles.

 

Como podemos desconstruir as “birras”? O que são as birras?

 

Quando pensas em “birra” sentes o teu corpo relaxado ou tenso?

Surgem-te pensamentos de empatia (ex.: “é nesses momentos que eles mais precisam de mim!”) ou de desgaste e luta?

 

A palavra “birra” incomoda-me pelo significado que lhe é atribuído pela sociedade atualmente, algo como: “acto desajustado/inadmissível das crianças para nos irritar”. Como se se “portassem mal”  de propósito, isto é, como se conseguissem gerir as emoções que sentem naqueles momentos (ex.: frustração, medo, zanga, tristeza).

 

 

Quais os problemas que este significado nos levanta?

Vários.

 

1ª promove desconexão, por sentirmos que não estão a colaborar propositadamente!

 

2º Informa o nosso cérebro que temos um conflito (sentido como uma ameaça) levando o nosso corpo a preparar-se para entrar numa luta (através da ação do sistema nervoso simpático): o coração bate mais rápido, a respiração acelera (para levar mais oxigénio para os músculos, para nos preparar para a luta ou fuga). Somos invadidos por uma onda energética intensa - começamos a sentir o “monstro da raiva a crescer dentro de nós”, como se se tratasse de um veneno que nos contamina e impede de utilizar a parte mais evoluída do cérebro, onde poderíamos encontrar formas mais racionais, criativas e empáticas de lidar com a situação.

 

3º Ao reagirmos em vez de agirmos não lhes transmitimos/ensinamos nada que os ajude no futuro. Pelo contrário estamos a fortalecer a ligação que a zanga deve ser  respondida com mais zanga, com desrespeito pela integridade (física ou psicológico/emocional/moral).

 

4º Vamos alimentar um fogo (turbilhão emocional), durante o qual ninguém ganha! Durante o qual as crianças sentem-se ainda mais perdidas, sem apoio para acabar com um veneno para o qual ainda não conhecem o antídoto. Sentem o corpo a preparar-se para uma luta, sem terem ainda capacidade para o controlar.

 

 

Então o que podemos fazer?

Ter bem presente na nossa mente e no nosso coração que as pulguinhas:

 

1. Têm necessidades universais (tal como os adultos) que precisam de ser vivenciadas (ex.: Aceitação, Abrigo, Amor, Compreensão, Descanso, Diversão, Empatia, Escolha,  Liberdade, Ligação, Presença, Proteção, Respeito, Riso, Saúde, Segurança, Significado, Suporte, Toque, etc.). Nem sempre encontram as melhores formas de as satisfazer, (tal como os adultos), sendo nossa missão (de pais/educadores) ajudá-los a encontrar formas mais ecológicas/razoáveis/ajustadas de o conseguirem.  Existe uma diferença entre necessidades (ex.: fome) e um desejo (gelado ou chocolate). A necessidade precisa de ser sempre atendida assim que possível, o desejo não!

 

2. Ainda não têm amortecimento emocional, o que significa que são invadidos por emoções que não percebem, não sabem o que significam, nem como lidar com elas. Precisam da nossa ajuda para os ajudar a navegar por entre o turbilhão emocional que sentem para não se perderem. O desenvolvimento sócio-emocional que lhes vai permitir exprimir as emoções/sentimentos de forma ajustada começa na relação com os outros. E sabe-se atualmente que uma parte fundamental para controlar os impulsos - O córtex pré-frontal - é a última área do cérebro a se desenvolver, por volta dos 24/25 anos!!

 

3. Precisam da nossa ajuda, pois não conseguem controlar os impulsos e o próprio corpo os prepara para lutar quando se sentem frustrados. Sendo compreensível que tentem gritar, bater, morder, arranhar, dar socos/pontapés… São os momentos em que mais precisam de nós para evitar que causam danos a eles próprios (quando direcionam a agressão para si: puxam os seus cabelos, batem na sua cabeça) ou aos outros.

 

4. Só quando se sentem em segurança, mais calmos conseguem ter abertura para escutar e perceber o que tivermos para lhes transmitir. (ex.: que bater, gritar não é aceitável naquela situação... que por vezes é preciso esperar ...!)

 

5. Aprendem a gerir as emoções através do exemplo dos próprios pais/educadores.

 

6. Ao serem deixadas sozinhas (ex.: timeout, no canto, no quarto) para se acalmar, quando ainda não o sabem fazer (tal como nós adultos em alguns momentos), sentem-se excluídas, sozinhas, envergonhadas, culpadas como se não merecessem ser amadas. Estes pensamentos/sentimentos irão minar, enfraquecer, debilitar  a sua autoestima e em nada as irá ajudar a lidar de forma diferente e mais ajustada numa futura frustração. Esta forma de amor condicional (em que só as ajudamos/aceitamos quando têm um comportamento aceitável), de desconexão irá enfraquecer a confiança, segurança da relação com os seus pais/educadores.

 

7. Para terem um desenvolvimento integral saudável precisam de ter oportunidades para desenvolver as várias áreas do desenvolvimento físico, cognitivo e sócio-emocional que estão interligadas. O desenvolvimento que ocorre numa das áreas influencia fortemente outra área.

 

Quais são os momentos certos para lidar com as birras?

 

Os momentos desafiantes são os momentos mais propícios para promover  o crescimento/amadurecimento das nossas pulguinhas! A frase “é nos maus momentos que sabemos com quem podemos contar” aplica-se inteiramente à parentalidade. É fácil dizer que os amamos quando estão em sintonia e cooperantes connosco. É verdade que os amamos, mas nem sempre o conseguimos transmitir em atos!

 

A sociedade atual, ainda pouco letrada emocionalmente, alimenta estereótipos/crenças desajustados e injustas sobre as crianças perpetuando autoestimas frágeis, relações com cuidadores de dependência e pouca seguras com impacto na saúde física, psicológica e sócio emocional. Ao abalar as bases da saúde surgem problemas cada vez mais generalizados como: depressões, ataques de pânico, fobias, ansiedade, stress, dificuldade em dormir, automutilação, bullying, tentativas de suicídio etc., desde tenra idade que levam a recorrer a medicações e vícios (ex.: jogar e/ou comer em excesso, compras desajustadas e desnecessárias; centração desajustada em sexo …) como forma de se anestesiarem. É este o futuro que desejamos para os nossos filhos? Claro que NÃO!

 

 

Inês Gaspar, 38 anos, membro da Rede Amamenta (Amamenta Lisboa). Mãe de 2 crianças que considera serem os seus gurus. Psicóloga Clínica & Infantil, Facilitadora Parentalidade Consciente, com 12 anos de experiência a acompanhar pais e filhos, acredita que “cada mãe/pai são os verdadeiros especialistas dos filhos”. Coach, praticante de Mindfulness & Heartfulness e de comunicação consciente (Comunicação não violenta).

 

 

Contactos:

 

Mail: lisboa@amamenta.net; porto@amamenta.net

 

http://lisboa.amamenta.net/ines-gaspar/

 

http://lisboa.amamenta.net/consultas-psicologia-infantil-parentalidade-consciente/

 

http://porto.amamenta.net/consulta-sono-infantil-bebe-tranquilo/

 

Rede Amamenta

www.amamenta.net; rede@amamenta.net

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