Tudo (mas mesmo tudo!) sobre o sono do bebé
Os primeiros tempos com o bebé podem ser muito caóticos. Quanto desse caos pode advir das expectativas em relação ao tempo de descanso do bebé?
A maternidade é desafiante, em especial nos primeiros meses e mais ainda para a mãe. Mas ambos os pais podem vivê-la de forma mais serena se tiverem expectativas realistas em relação ao sono do recém-nascido.
Quero com isto dizer que quando os pais têm a noção de como funciona a ciência do sono e o que esperar do sono do bebé nos primeiros meses aceitam com mais facilidade as noites mal dormidas e a própria privação de sono. Para isso é que disponibilizámos a consulta da grávida.
Esta consulta é importante, não só para otimizar o sono da grávida, mas também para empoderar os futuros pais a entenderem com funciona o sono dos bebés e o que esperar nos primeiros tempos. Tiramos dúvidas, informamos e fazemos educação para a saúde para fazer face aos primeiros dias e noites com o recém-nascido em casa. Damos informação das necessidades de sono consoante a idade, dos sinais de sono, fome e saciedade, esclarecemos conceitos que para muitos são desconhecidos até aqui como rotinas/rituais de sono, relaxamento, ambiente de sono adequado, ciclos de sono, sestas, ciclos circadianos, janelas de vigília/sono, saltos desenvolvimentos, picos crescimento, bem-estar emocional mãe-bebé, quarto trimestre, babywearing, a imaturidade do bebé face a vida extrauterina, discutimos aspetos sobre a segurança e como promover um ambiente em casa saudável e que priorize o sono de toda a família. Criamos uma relação entre a nutrição e o sono, damos a conhecer as razões pelas quais o colo é muito importante nesta fase de vida do bebé.
Quando os pais se sentem seguros e informados enfrentarão com toda a certeza com mais harmonia os desafios de sono que vão surgindo. Neste caso o nosso trabalho passa muito por gerir ansiedade.
É normal o bebé acordar frequentemente durante a noite? Quantas vezes podemos esperar que aconteça?
É expectável o bebé nos primeiros meses não distinga o dia da noite, e está tudo bem com isso. Eles não têm ainda o seu ciclo circadiano desenvolvido. Eles nascem ainda bastante imaturos em relação a muita coisa e esta é a principal em relação ao sono.
Apesar dos recém nascidos passarem cerca de 85-90% do tempo a dormir, basicamente eles comem e dormem, apresentam também ciclos de sono muito curtinhos quando comparados com o de crianças mais velhas e nós adultos (30-45min apenas), e também porque esses ciclos de sono apenas compreendem duas fases de sono, o sono agitado semelhante ao sono REM e o sono calmo comparável ao sono NREM3, passando cerca de 75% do tempo e 25% em cada um deles respetivamente, sendo por isso mais provável que acordem com mais facilidade, dado passarem mais tempo em sono leve do que os adultos.
O fato de terem também ainda necessidade de serem alimentados durante a noite faz com que acordem por esse motivo mais frequentemente. Por volta das 10 semanas conseguem passar mais tempo sem serem alimentados e por isso se espera que durmam por períodos mais longos.
Por volta dos 6 meses os ciclos de sono também amadurecem e estendem-se mais, passam a ser de cerca de 60min, e por isso passam menos tempo em sono leve. Também por esta altura já se espera que distingam a noite do dia e não acordem tantas vezes. Esta variações são apenas indicadores, e cada criança é uma criança, mas espera-se que nos primeiros meses os bebés transitem entre sono agitado e sono calmo diversas vezes numa noite. Numa noite de 10 horas espera-se que possam acordar 5-6 vezes.
Como se pode estabelecer uma rotina de sono para o bebé?
Os bebés são seres de hábitos, gostam de saber o que lhes vai acontecer, isso dá-lhes segurança e consequentemente ajuda a que se regulem mais facilmente.
A existência de uma rotina bem estabelecida ajuda não só a facilitar a hora de ir dormir, como também contribui para o desenvolvimento saudável deste. Para os pais também é ótimo, pois conseguem organizar melhor o seu dia em função das necessidades do bebé.
Nas primeiras semanas de vida é importante que a mãe se conecte com o bebé para que ambos se conheçam. Devido à sua imaturidade cerebral não é recomendado terem horários regulares para o sono, pois simplesmente não têm ainda a capacidade de os percecionar, mas a partir das 10-12 semanas de vida o bebé já passa períodos maiores em vigília e, portanto, períodos maiores de sono noturno. É uma boa altura para começar a implementar uma rotina mais simples para o sono, que pode ser apenas amamentar, trocar a fralda e dormir.
É por volta dos 4 meses que o ciclo circadiano tem a sua total maturidade e por esta altura já se consegue notar um padrão nas sestas e nos horários. O bebé já beneficia de uma rotina de sono que sinalize a hora de dormir e torne este momento mais tranquilo para a mãe e para o bebé.
Quais são as práticas seguras de sono para reduzir o risco da Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI)?
As recomendações relativamente ao sono, foram atualizadas em Junho de 2022 e visam os bebés até aos 12 meses. Têm como objetivo manter os bebés seguros, reduzir o risco de SMSI e lesões que possam ser causadas durante o sono.
Segundo a Academia Americana de Pediatria todos os bebés devem dormir de barriga para cima até aos 12 meses, não sendo recomendado que se eleve a cabeceira do berço, deve ser usado um colchão firme de tamanho adequado ao berço coberto com lençol ajustado, o bebé deve dormir na mesma divisão que os pais, mas em berço próprio, não promovendo a cama compartilhada, o berço deve ser livre de objetos soltos nem deve conter almofada para não promover o risco de estrangulamento ou asfixia, a amamentação é recomendada como forma de reduzir o risco de SMSI, bem como o uso de chucha e não deve ser presa a nenhum objeto, como doudou ou fralda, deve ser promovido um ambiente adequado em termos de temperatura para evitar o sobreaquecimento, até aos 4 meses evitar as sestas na posição supina, como muitas vezes acontecem nos ovos, espreguiçadeiras e no sling, o tummy time deve ser promovido sob supervisão e por curtos períodos do dia, como forma de prevenir a plagiocefalia.
Quando se “deve” fazer a transição do berço para a cama de criança ou a passagem para o próprio quarto?
Não existe uma altura rígida para esta mudança. Seja do berço para a cama, seja do quarto dos pais para o seu próprio quarto cada família e cada bebé são únicos e o importante é fazê-lo quando ambos se encontram preparados para esta alteração.
Como foi referido, as recomendações da AAP dizem que os bebés devem dormir na mesma divisão que os pais até aos 12 meses de idade, sendo por isso recomendado fazer essa transição após esta idade. Até lá a criança deve dormir em berço ou cama própria ao lado da cama dos pais. Claro que depois esta decisão é muito pessoal e a família deve tomá-la em consciência com as necessidades de cada um. Há pais que se sentem preparados para o fazer mais cedo e sentem essa necessidade e há pais que adiam essa decisão.
O importante aqui é entender que qualquer mudança na vida da criança deve ser feita de forma gradual e a criança deve ser envolvida na mesma.
O que podem os pais fazer para ajudar a Pulguinha a fazer sestas mais longas durante o dia?
Durante as diversas fases do sono da criança ao longo do seu desenvolvimento é esperado que nem sempre se mantenham a dormir bem, pode acontecer dificuldades no sono por diversos motivos e está tudo bem com isso. Quando mudam de rotina, quando mudam de escola, quando entram na escola, quando começam a IA, quando estão doentes, quando aparecem os primeiros dentes. Tudo isso são situações que podem impactar negativamente o sono, seja do mais pequenos seja dos mais velhos.
Como já explicamos os ciclos de sono dos bebés mais novos são diferentes dos adultos, por isso ele não tem a capacidade de dormir a noite toda seguida. Se notar que o seu filho tem dificuldade em prolongar as sestas podemos ajudá-lo a transitar entre ciclos de sono, pois é nesta altura que normalmente despertam, dado ser aqui que o sono está mais leve.
Podemos notar isso apenas olhando para o bebé, quando começa a se mexer, quando a respiração fica mais rápida e ofegante, quando apresentam movimentos oculares, então estão a entrar em sono REM novamente. 5-10min antes que acorde e desperte completamente podemos nos aproximar do berço e tocar a criança, pousar a mão na barriga, dar palmadinhas nas costas ou no rabinho, fazer um “shiii” como ruído de fundo, e assim facilitar que transite entre ciclos de sono e entre novamente em sono profundo e prossiga a sua sesta.
Claro que outros fatores têm especial relevância para que isto aconteça assim, como a rotina ajustada, o ambiente adequado, não estarem devidamente relaxados no momento em que adormecem, terem calor, terem frio, terem fome, terem a fralda suja, são tudo fatores que podem impedir que a criança prossiga a sua sesta.
Devemos então prevenir estas situações e garantir que todas elas se encontram ajustadas para fazer uma boa sesta.
Naturalmente nas primeiras semanas de vida o sono pode ser muito fragmentado, e os bebés acordam muitas vezes de 30/30min e não precisam dormir mais.
Facilmente se pode também identificar se o bebé precisa ou não de prolongar a sesta.
Se acorda bem-disposto e sorridente é porque dormiu o que precisava, se acorda e chora, era necessário dormir mais. Com este conhecimento do nosso bebé podemos ir notando quais as sestas que devemos ou não tentar prolongar ao longo do dia.
Em relação ao sono noturno o mesmo acontece, após terem uma rotina bem estabelecida e um horário de deitar e acordar consistentes, se acordarem por eles próprio sempre à mesma hora, é porque estão bem, se não acordarem à hora habitual, continuarem a dormir ou acordarem irritados é porque careciam de mais sono.
As sestas longas estragam a noite de sono?
As necessidades de sono de um bebé variam consoante a sua idade, e mesmo crianças com a mesma idade variam de criança para criança, por isso é tão importante olharmos para as janelas de sono do nosso bebé, mas também para os seus sinais de sono. Tentarmos adormecer uma criança antes do tempo ou após a sua janela de sono estar ultrapassada só vai dificultar a nossa tarefa e provavelmente traduzir-se num momento de choro e irritabilidade para ela, porque simplesmente não o estamos a fazer na altura ideal. Os bebés dão-nos sinais quando estão a precisar de dormir, basta olharmos para eles e os conhecermos e saber identificá-los.
Para além disso o número de sestas e a duração das mesmas também pode variar bastante. Nos recém-nascidos que basicamente comem e dormem é recomendado não deixar ultrapassar sestas com duração superior a 3 horas. Deve-se vigiar e acordar a criança gentilmente para não impactar negativamente a noite. Existem depois casos muito específicos em que podemos não o fazer, por exemplo quando estão doentes.
Mas basicamente é isso, sestas demasiado longas e várias vezes ao dia não são recomendadas bem como uma sesta demasiado longa antes do sono noturno também não o é. O sono é regido pelo ciclo circadiano e pressão homeostática (pressão de sono). Se deixamos que faça uma sesta de 2 ou 3 horas antes do sono noturno, podemos esperar que na altura de adormecer o bebé, tenhamos mais resistência ao sono e mais dificuldade em que se mantenha a dormir, porque não existe pressão de sono suficiente.
Como é melhor gerir a amamentação noturna? Há alguma forma de tornar esta rotina mais fácil?
A melhor forma de encarar a amamentação noturno nos primeiros meses de vida do bebé é com a máxima tranquilidade, claro que não é fácil para quem gosta de dormir e custa a ter vários despertares, mas tentar procurar que este momento único entre mãe e filho sejam o mais prazeroso para ambos possível.
Se a mãe quiser pode procurar uma leitura do seu agrado para se ocupar enquanto o bebé mama, procurar algo que a faça passar o tempo e sobretudo que não envolva aparelhos eletrónicos para não despertar demais e também porque o ambiente envolvente adequado onde a criança deve dormir deve ser isento destes aparelhos, devido à imaturidade do seu sistema cerebral. Mas se for encarada com leveza e aceitar que está a dar o melhor de si ao seu bebé, que o tempo irá passar tão rápido que irá ter saudades deste momento só vosso no futuro e que não só está a alimentar o seu bebé como está a criar laços entre mãe e filho que tão importantes são nos primeiros meses de vida do bebé. Este vínculo que envolve mãe e filho não surge por artes mágicas, surge no cuidado, no apego, na cascata hormonal que envolve mãe e bebé após o parto, surge no acolhimento à criança, surge na maminha.
Para os primeiros tempos podemos aconselhar a mamã a descansar sempre que possível, e sempre que o bebé durma aproveitar e dormir também durante o dia. Cuidar de si e cuidar da mamã deve ser uma prioridade em casa, mais relevante até que o cuidado ao bebé, pois se a mãe não está bem também não estará disponível para acolher e para se dedicar ao bebé. Isso influencia a criação de um vínculo saudável que terá repercussões no saudável desenvolvimento da criança. Prevenir situações de exaustão emocional é essencial numa fase da vida tão desafiante como é a maternidade. Para isso, ter uma boa rede de apoio que nos proporcione alguma “folga” nos cuidados ao bebé não é nenhum ato de egoísmo, muito pelo contrário, é estarmos a ensinar aos nossos filhos que devemos nos nutrir de hábitos saudáveis e do bem estar emocional como forma de estar na vida. Descansarmos e dormimos bem é essencial para funcionarmos bem de dia.
Aproveitem o abraço do Sling Casulo para os momentos em que dar de mamar e embalo noturno pede o pele a pele em segurança e mais demorado.
Até quando podemos esperar que continue o bebé a precisar de mamar durante a noite?
Como já foi referido é primeiro importante ter em conta a condição, a idade e o estadio de desenvolvimento da criança, e a opinião do profissional de saúde que acompanha a criança para fazer o desmame noturno, para além disso a vontade e desejo da mãe também importa. Se a mãe se sente bem ao acordar várias vezes para dar de mamar, não há necessidade de retirar.
Só é um problema quando para os pais é visto como um problema. Até aos 6 meses de idade é expectável que o bebé necessite de se alimentar de noite. Haverá crianças que mais cedo conseguem aguentar a noite toda sem mamar e outras não. Cada uma terá o seu ritmo. Mas também não é errado os pais quererem dormir e descansar de noite. Por isso, se os ganhos ponderais estão bem e o bebé é saudável, se for do desejo da mãe e ambos estiverem preparados para tal, pode ser retirada gradualmente a maminha de noite. Inicialmente por afastar as mamadas até á retirada total. Nunca esquecer que a maminha representa para além de alimento, também conforto emocional.
Por isso, até mais tarde a criança pode procurar a maminha para apenas autorregulação. Se assim for, importa zelar pelo seu bem-estar e acolher sempre que necessário. Quando a amamentação noturna se torna incomportável também é possível delinear estratégias para o desmame noturno sem desmamar completamente a criança.
Posto isto, não é possível definir uma linha temporal nem um marco na idade da criança e dizer que a partir daí ela não irá mamar mais, pois cada criança é única e terá as suas necessidades individuais. Uma certeza eu tenho, se a rotina está assegurada, se o bebé é bem alimentado de dia, se está confortável e com o ambiente adequado, se dorme bem de dia e o regular para a sua idade, se durante o dia tem atenção e tempo de qualidade com os cuidadores, com toda a certeza não tem necessidades a preencher durante a noite.
Quais são os sinais de que o bebé está pronto para dormir a noite toda sem mamar?
O próprio bebé nos conduzirá nesta tarefa. É importante seguirmos as recomendações do pediatra do bebé para retirar a maminha de noite ou não. Até aos 6 meses não é expectável que os bebés aguentem a noite toda sem mamar nenhuma vez. A partir daí aguentam períodos cada vez maiores sem mamar e consequentemente vão dormir mais horas seguidas.
Mas mesmo após recomendação do profissional de saúde, o bebé pode ter necessidade de se alimentar de noite, porque a amamentação não é apenas pela necessidade fisiológica, mas sim também emocional. Por isso, defendo que deve ser o bebé a conduzir esta situação, pois se queremos respeitar e ser gentil com o seu desenvolvimento, temos de perceber que se ele mama é porque ainda tem necessidade de se regular desta forma, ele sente-se inseguro, ele sente medo de perder a mãe ou que esta fuja, e precisa ainda de acolhimento de noite, precisa de miminho. E muitas vezes este miminho é apenas a presença da mãe. Quando estiverem completamente autónomos e bem emocionalmente, irão deixar de solicitar esta presença de noite, nunca esquecendo que eles precisam de muita atenção e tempo de qualidade de dia para se regularem para a noite.
Claro que podem existir exceções como no caso das mães que têm depressão e aí é recomendado o desmame noturno, mas antes dos 12 meses é perfeitamente normal o bebé solicitar acolhimento para se sentir seguro.
O bebé dormirá a noite toda quando se sentir seguro para isso. E isso implica uma total harmonia nos fundamentos pelos quais se regem o sono, como o bem-estar emocional, o apego seguro, a alimentação, o conforto, o ambiente, atenção dos pais, etc.
Como se pode acalmar a Pulguinha se ela estiver com dificuldades para dormir?
É importante sempre que tentamos adormecer um bebé adequar o ambiente em redor, baixar as luzes, verificar a temperatura ou adequar o vestuário, e manter o silêncio. Esteja ou não calmo, devemos levar o bebé para um ambiente em que seja promovido o relaxamento para que ele se acalme e só depois devemos tentar adormecer.
Fazer dormir um bebé em stress só vai fazer com que os níveis de cortisol aumentem e este tenha maior dificuldade em se manter a dormir prolongadamente.
Depois existem determinadas estratégias que só as próprias mães saberão através do conhecimento que têm dos seus bebés, por exemplo existem bebés que gostam do banho e de uma boa massagem relaxante, e outros que o banho representa um momento de stress. Há crianças que gostam de aconchego e de serem balanceadas e outras apenas que esteja perto delas. Outras encontram acolhimento na maminha ou biberão e outras se acalmam apenas no colo do pai ou da mãe. As estratégias serão sempre conduzidas pelo bebé e baseadas no que responde bem ou não. Por isso, nas primeiras semanas de vida os bebés gostam tanto de contato e aqui os pais podem então conhecer o bebé e saber o que gosta e resulta melhor nele ou não. Eu por exemplo tenho dois filhos que são completamente diferentes neste aspeto, o que um gosta o outro não gostava muito.
O que são as regressões do sono?
As regressões do sono são a evolução natural dos ciclos de sono do bebé. São conectadas negativamente como regressões, porque no fundo é isso que acontece, os bebés que dormiam bem de repente passam a ter múltiplos despertares e a ter mais resistência para dormir. Deveriam ser conhecidas como transições/progressões de sono em vez de regressões, porque no fundo o que acontece é uma alteração nos padrões das fases de sono tornando os ciclos de sono mais extensos, mais semelhantes aos do adulto.
O que devem fazer os pais se o bebé de repente passar por regressões do sono?
Todos os bebés nascem com os ciclos de sono diferentes de crianças mais velhas e dos adultos, quer em caraterísticas quer em duração. À medida que se desenvolvem, também os ciclos de sono vão sofrendo mudanças. São as chamadas regressões de sono. Mas como normalmente o que os pais notam são mais despertares noturnos, devido à dificuldade do bebé conseguir transitar pelas diversas fases do sono, acabam por ser conectados desta forma negativa, pois no fundo o que acontece é uma progressão do sono, os bebés passam a ter ciclos de sono mais amadurecidos, será isso que os levará a ter noites mais regulares. Como o ciclo de sono passa a ter mais fases, eles precisam de transitar primeiro pelas fases NREM1 e NREM2 (sono mais leve) até chegarem ao sono mais profundo (NREM3), daí acontecerem mais despertares.
Para ajudar o bebé nesta fase tão importante da maturação do seu sono devemos minimizar as distrações, pois o bebé está mais desenvolvido e portanto mais atendo a tudo o que o rodeia, manter a hora de acordar e deitar consistentes, manter o ritual pré-sono que ajudará a sinalizar a hora de dormir e portanto a relaxar, tanto para o sono noturno como para as sestas, e estar atentos às janelas de sono ideais para a idade, pois o bebé ao estar mais desperto para o ambiente, os sinais de sono poderão não ser tão evidentes, assim evitamos o cansaço excessivo e que o bebé chegue ao sono já exausto.
Resumidamente, o mais importante é manter a rotina que tínhamos e ajustada, para mais rapidamente os bebés voltarem a sua normalidade. Nestas fases é natural o bebé despertar mais vezes para mamar ou simplesmente para ser acolhido, por isso devemos responder de acordo e acolher o bebé as vezes que forem necessárias.
Muito importante também é ajudar o bebé a transitar entre as diferentes fases de sono, ou seja, ficar junto do bebé e proporcionar o toque, um som baixo tipo “shiiiiii” e fazer uso de ruído branco para o bebé se sentir seguro.
No fundo encarar a situação como positiva para o saudável desenvolvimento do bebé, pois estaremos a contribuir para que se sinta emocionalmente equilibrado para prosseguir com o sono.
Quando se pode introduzir um objeto de segurança, como um cobertor ou um peluche, no berço? Há alguma altura mais segura?
As mais recentes recomendações da Associação Americana de Pediatria são que os bebés até aos 12 meses durmam no berço livre de objetos soltos, nem mantas, nem peluches, nem qualquer outro objeto que possa provocar asfixia no bebé. Como sabemos eles são ainda muito imaturos e o facto de não terem ainda muita autonomia nem mobilidade pode fazer com que o bebé encoste a face e não consiga se virar para respirar. Por esse motivo, até adquirirem essa capacidade não é recomendado de todo esta prática. O local onde o bebé dorme deve ser provido, portanto de um colchão firme de qualidade, sem objetos soltos.
Saibam mais sobre o sono do vosso bebé e inscrevam-se nas consultas @babiesplace_sesta.a.sesta.
Diana Fialho
Licenciada em Enfermagem
Especialista em Sono Materno Infantil certificada pela International Parenting & Health Institute
Telefone: 920 492 785
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