Renata Sampaio é farmacêutica e, enquanto profissional de saúde, uma defensora do colo e do apego.É com ela que falamos sobre a importância do colo e sobre a forma como a ciência entende hoje a importância do afeto no desenvolvimento dos bebés.

No seu Instagram @sublimis_essentia podes encontrar mais conselhos práticos e informações úteis. Se tiveres qualquer dúvida ao leres esta entrevista, deixa em comentário as tuas questões.

O que dizem a ciência e os estudos mais recentes sobre o colo e sobre a importância de dar colo aos bebés?  

Os bebés quando nascem ainda não conseguiram perceber que são seres independentes das suas mães. Principalmente durante os primeiros três meses de vida, há uma necessidade constante de toque e proximidade com o cuidador (dá-se a exterogestação). Os estudos demonstram que bebés que são acolhidos e que recebem mais colo, se desenvolvem física e neurologicamente melhor e originam adultos mais independentes, ao contrário do que muitas pessoas pensam. 

Ainda existe o mito de que o "muito colo estraga"?  

Sem dúvida! Infelizmente as pessoas acreditam que dar colo aos bebés vai fazer com que eles fiquem super dependentes dos cuidadores sempre.

O que podemos fazer para contrariar esse mito? 

Eu acredito que devia haver atualização dos profissionais de saúde para quebrar este mito de que o colo pode ser demasiado. A maioria dos pais acaba por valorizar muito a informação que recebe dos médicos, enfermeiros e até farmacêuticos que os acompanham nesta jornada. Portanto eu acredito que quando começarem nas universidades a incluir informação e formação para os futuros profissionais de saúde, vamos conseguir quebrar este mito. Os psicólogos podem ter aqui um papel fulcral para nos auxiliar a quebrar este ciclo vicioso.

Qual é o impacto que a negação do colo pode ter num bebé? Também já foi estudado? 

Da pesquisa que fiz, bebés que são deixados a chorar e não são acolhidos quando necessitam de se regular apenas aprendem que não podem contar com os cuidadores, aprendem desapego. Se pensarmos a longo prazo, facilmente percebemos que se deixaram de confiar em nós durante uma fase crucial do seu desenvolvimento, não vai ser na adolescência que nos vão procurar para desabafar e pedir ajuda. 

Num teu artigo fazes uma comparação entre o que sentimos enquanto adultos e o que o bebé sente em relação ao precisar de um abraço, de ter o consolo do outro. Também te parece que de alguma forma há pessoas que não se conseguem colocar no lugar do bebé, quando sugerem por exemplo "deixar chorar"? 

Infelizmente sim. Ainda há quem não perceba que a única forma do bebé comunicar é através do choro. Seja porque tem fome, medo ou sono. O cérebro do bebé não está desenvolvido nem tem maturidade para perceber que se não formos de imediato acolhê-lo não vai morrer. Basicamente, têm um cérebro primitivo e precisam de ajuda para se regular emocionalmente. 

Do teu ponto de vista enquanto farmacêutica e mãe, quais são alguns dos benefícios do colo, do toque humano e da proximidade para o bem-estar de um bebé?

Eu acredito que o colo, a proximidade e o aconchego vão ajudar o bebé a sentir segurança acima de tudo. A partir do momento em que se sente seguro, está capaz de começar a explorar o mundo e a desenvolver-se emocional e intelectualmente. Bebés que são acolhidos e têm mais colo, desenvolvem mais competências a nível de memória e também capacidade de regular emoções no futuro. Para além disso, ao aumentarmos o vínculo afetivo entre cuidadores e bebés, melhoramos também o seu sistema imunitário (que fica mais frágil perante debilidade emocional).

Acreditas que o uso do Sling pode contribuir para o desenvolvimento geral de um bebé, incluindo os aspetos físicos e emocionais? 

Não só acredito como faz parte do nosso dia-a-dia aqui em casa!

Com o sling conseguimos ter o bebé sempre próximo a nós e ao mesmo tempo desempenhar tarefas que são necessárias no nosso quotidiano. Os bebés fazem muitas sestas ao colinho, porque é o sítio onde se sentem mais seguros, e com o sling conseguimos que comecem a criar uma boa relação com o sono desde o início. 

Existem dicas ou conselhos específicos que darias aos novos pais que estão a considerar o uso de um Sling para fortalecer o vínculo com o seu bebé? 

Eu diria para irem sem receio, procurarem aconselhamento com a Pulguinhas para saber como usar. No início pode parecer difícil e assustador, mas é tudo menos isso! Acaba por se tornar simples e facilita muito os dias dos recém papás. O sling permite até fazer pele a pele (que tem inúmeros benefícios emocionais e até no desenvolvimento do sistema imunitário) e eu diria que é um anti-cólicas natural!

Tens algum momento pessoal que revele o impacto positivo do uso do Sling no desenvolvimento do teu bebé?  

Eu uso imenso o sling pulguinhas no dia-a-dia. Tenho dois cães que precisam de ir passear três vezes por dia e o sling ajudou imenso, principalmente quando o meu marido voltou ao trabalho. Quando preciso de estar no computador a trabalhar ou simplesmente a arrumar a cozinha. Como eu costumo dizer é o meu kit mãos livres e a minha bebé não fica sem colo!

Podes saber mais na Pulguinhas, contactando a Renata Sampaio e seguindo a sua página de Instagram: @sublimis_essentia 

Email: sublimisessentia@gmail.com

Sumário biográfico: Farmacêutica Formada pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e pós-graduada em Gestão e Direção de Serviços de Saúde pela Porto Business School. 

Aromaterapeuta formada pela Aromacare e diplomada em Aromatic Science pelo Tisserand Institute, com quem tenho o prazer de colaborar atualmente.