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Os perigos da exaustão materna - entrevista com a Enfermeira Diana Fialho

Os perigos da exaustão materna - entrevista com a Enfermeira Diana Fialho

O Instagram da Pulguinhas ficou ao rubro quando colocámos a pergunta: As noites são apenas responsabilidade da mãe? O pai partilha as tarefas de forma a que haja equilíbrio? (vê aqui o post)

As respostas não tardaram e por cada comentário que trazia um elogio ao pai, presente e dedicado, havia um relato de uma mãe a viver a experiência de mãe solteira - em casal. E sabemos que para cada uma que tem a coragem de desabafar, há outras tantas que calam. 

Com isto ficou claro perceber que a exaustão da mãe, a falta de horas de sono e de descanso noturno estão a ter um peso enorme nas desigualdades na nossa sociedade. 

Contámos com a Enfermeira Diana Fialho para nos ajudar a explorar melhor o tema na tentativa de ajudar todas estas mães que enfrentam sozinhas as noites sem dormir a cuidar do bebé, seguidas por dias de trabalho (em casa ou fora) onde também não têm descanso.  

Porque este é um tema que precisa de ser falado para que haja qualquer hipótese de mudança de comportamentos, fica o convite para que o partilhes já com as mães da tua vida evê aqui a entrevista em directo

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Olá, Enf. Diana Fialho, bem-vinda à Pulguinhas. Em que ponto estamos hoje no tema do cansaço e exaustão das mães? 

Era tão melhor que neste mundo da maternidade entendessem que se podem prevenir situações de exaustão ao se adquirir conhecimento e tornar a maternidade tão mais leve, não normalizando certas situações. Costumo dizer que não sou fundamentalista, mas gosto de ser fundamentada.

Será que certas abordagens são cada vez mais uma questão de moda, ou realmente representam a essência na criação das nossas crianças? Quando a ênfase é colocada apenas no bebé, eu como mãe de dois bebés completamente diferentes e, portanto, com abordagens e necessidades completamente diferentes também elas, sinto que o equilíbrio é fundamental para toda a família.

Quando a amamentação prolongada, a cama compartilhada, a privação de sono, as sestas intermináveis em braços, tudo no dia se torna um “peso” difícil de continuar a carregar, há que olhar para as necessidades da mãe, ou do cuidador de referência (que quase sempre nos primeiros meses é a mãe) e perceber como está o bem estar dela, e se este é passível de influenciar a conexão entre mãe e bebé.

O que acontece quando a mãe não tem uma pausa? Qual é a consequência da exaustão?

Uma mãe drenada é uma mãe desconetada e pouco disponível.

E sem disponibilidade emocional e mental não há vínculo.

Normalmente enquanto todos descansam, está a mãe ainda a dar o seu melhor junto do bebé, com as suas últimas forças, nos meses já acumulados de cuidados de dia e de noite sem intervalos, e normalmente ninguém olha para elas. 

Nos primeiros meses de vida do bebé, acabamos por ter o fator hormonal a nosso favor para nos munir para estes altos e baixos da rotina que se repete e para as noites sem dormir, mas à medida que o bebé cresce, esse fluir hormonal também se vai desvanecendo, é a natureza acontecer, e por isso é natural e expectável que o bebé também vá adquirindo maior capacidade de dormir, ou seja, fazer períodos de sono mais longos.

Quando é que a mãe precisa de pensar em si mesma?

No período do pós-parto não há tempo a perder. As mães precisam estar bem. São as mães que precisam de quem as segure, porque para segurar o bebé estão lá elas.

A mãe é tudo o que o bebé precisa durante esses meses, e por isso a mãe tem de ser amparada e mimada. O sono do bebé e o bem-estar materno andam de mãos dadas. 

O pós-parto não tem de significar uma perda da tua pessoa, de quem tu és, de exaustão emocional e fraqueza física consequentemente, de desorientação, de lapsos de memória, de barreiras na comunicação, não tem de significar que tens de te anular…

E por isso pedir ajuda e ter uma rede de apoio que apoie a mãe é essencial para viver essa fase com tranquilidade e poder contribuir para um início de vida saudável e feliz para o bebé.

Muitas vezes antes de sermos mães, a prioridade é sabermos como alimentar e cuidar do nosso bebé, saber mudar as fraldas, dar o banho, aliviar as cólicas, fazer massagem, que roupinhas e acessórios são melhores, enfim…um sem número de coisas quando na verdade tudo o que necessitamos é muito menos que isso.

O colo é fundamental, o mimo, o acolhimento permamentes…e isso não se compra. 

Fazemos horas infindáveis de cursos ou preparações para o parto onde nos é falado de tudo menos de uma coisa...o sono!

Portanto, o sono devia fazer parte da informação dada aos novos Pais…

Mostram-nos nesses cursos que as prioridades são outras, mas nunca nos dizem em como o sono ou a privação de sono pode ser a mudança que mais impacto vai ter na família e no nosso bem-estar, em especial da mãe. É talvez o maior desafio que os cuidadores enfrentam e que mais altera o equilíbrio de toda a família, quer se trate do primeiro filho ou não. E aqui falo dos cuidadores (os Pais na maioria das vezes), porque as mães não dormem bem, mas os pais também não.

Na verdade, os primeiros meses são de adaptação, tanto do bebé como da família.

Os desafios são muitos e acontecem a um ritmo alucinante, portanto normalizar os despertares ou as noites em branco é importante, mas também é importante mostrar que isso não dura para sempre e que não é normal estarem-se meses e anos sem dormir. 

Mas voltando às mães, pois este tema é para elas…

A verdade é que a pressão sobre as mães é pesadíssima, porque são elas que vêm o corpo se modificar para gerar uma vida, são elas que vêm esse corpo que foi casa demorar para voltar ao seu normal, ou então a mãe habituar-se ao seu novo normal, muitas vezes com as cicatrizes que esse nascimento deixou, e não falo apenas das físicas, mas muito mais importantes que essas, são as cicatrizes emocionais, muitas vezes precipitadas por partos não respeitadores.

Não respeitadores da mãe nem do timing do bebé.

Além do cansaço, há também que aprender a lidar com todas as emoções…

A montanha russa hormonal que acompanha o pós parto, se por um lado ajuda a gerir as noites em claro e os desafios que a maternidade traz dia após dia, muitas vezes leva também a que se sinta um peso constante, e que replicado dia após dia, noite após noite, torna-se cada vez mais difícil de suportar.

Há sentimentos muito mais profundos na rotina materna que poucas pessoas entendem e que a sociedade não está ainda preparada para apoiar, e que por isso muitas vezes são reprimidos.

Esse recalcamento constante começa a ferir por dentro e muitas vezes o que acontece é que emergem sentimentos constantes de culpa e vergonha e que impedem as mães de solicitar ajuda ou apoio, porque se sentem menos capazes ou competentes.

Esta linha tão ténue entre o estar bem e esta angústia constante que se instala de forma silenciosa pode ser muito perigosa. 

As noites em claro são apenas a ponta do iceberg. Desta angústia que ao início pouco se manifesta até à exaustão materna é um salto. A exaustão materna é real.  Pedir ajuda não nos torna menos mães ou menos capazes.

Mãe também precisa de rede de apoio. Aliás atrevia-me a que quem precisa de rede de apoio é mesmo a mãe. Porque para cuidar do bebé está lá a mãe. Mas tem de estar bem: Equilibrada, Serena, Segura, Descansada… Tem de estar BEM.

O sentimento de sobrecarga pode aparecer calmamente e rapidamente se instalar, ou seja, a sensação de ter sempre de fazer múltiplas coisas, de pensar em várias coisas ao mesmo tempo, e no dia seguinte repetir tudo novamente é comum em recém mamãs e deve ser valorizado.

Como pode a mãe dar prioridade ao seu bebé e a si mesma?

O caos emocional porque passa a mulher depois de ser mãe parece durar eternamente, mas isso não é normal. Com o tempo essa adaptação à nova condição, devia melhorar e promover um novo equilíbrio entre o cuidado a si própria e o cuidado à família.

Entre a alta demanda do que implica cuidar de um filho, a mulher precisa de se continuar a priorizar, apesar de ser mãe… Antes de ser mãe ela era ela própria já.

Se nas primeiras semanas o bebé é o foco e ambos se estão ainda a conhecer, quando os cuidados ao bebé se tornam mais consistentes é importante a pessoa se organizar novamente, se compensar, se nivelar, se encontrar, se drenar, se CURAR.

Cuidar - Nutrir - Adormecer - Passear - Brincar

É um trabalho a tempo inteiro que muitas vezes tem de ser conjugado com o regresso ao trabalho, a mulher tem de continuar a ser funcional e excecional profissionalmente e também a cuidar da casa/família. Pouco sobra muitas vezes para parar e permitir-se simplesmente não fazer nada. Tudo isto somado ao fato de ser a mãe que assume inatamente a responsabilidade pelo sono do bebé, em especial quando se trata de bebés amamentados, pouco sobra para o pai poder atuar e aliviar de certa forma a carga da mãe. Por isso mesmo é importante delegar e solicitar apoio para as restantes tarefas.

Só o simples fato de não se ter de pensar em mais nada e poder focar apenas no bebé já é um grande alívio mental.

Permitamo-nos também conseguir definir prioridades e usufruir das nossas licenças em casa com os bebés apenas para existir para eles. O resto é apenas o resto e não interessa. Este tempo que nos é facultado serve precisamente para isso…para nos dedicarmos em pleno e deixarmos o resto de lado durante algum tempo.

A falta de equilíbrio e este regresso lentificado da mulher ao estado funcional que lhe é exigido pela sociedade, como acontece quando a licença de maternidade acaba e se tem de regressar ao trabalho, acaba por culminar em estados de grande fragilidade e de grande instabilidade.

Este quadro ocorre com maior frequência em mães que se exigem demais para atingir uma expectativa irreal de “maternidade perfeita”.

O que devem as mães lembrar?

É importante lembrar a estas mães que é impossível ser uma mãe 100% boa em 100% do tempo.

É importante também distinguir que sentir-se cansada ao final de um longo dia é natural, contando que a exaustão não se torne recorrente, fazendo com que a mãe perca o interesse e motivação por coisas que antes gostava de fazer.

Esta pressão que a mulher sente, acaba por levar a um estado de ansiedade ou tristeza profunda e que depressa levam ao bournout ou exaustão. E da exaustão à depressão é um passinho muito pequeno. 

A privação de sono tem consequências na saúde da mulher e impacto no bebé. Se um cuidador não está bem, cuida mal do outro. Os distúrbios do sono no pós-parto não só têm um efeito negativo sobre a mãe, mas também potencialmente sobre o bebé. Existe uma ligação entre a saúde mental da mãe e o desenvolvimento emocional e cognitivo do bebé, pelo que o stress emocional, como ansiedade ou depressão, nas mães está significativamente associado a distúrbios do sono em bebés. Muito se fala do sono do bebé; Muito se fala de amamentação; Muito se fala dos cuidados e necessidades do bebé; Mas pouco se fala em exaustão materna.

Falamos agora das consequências reais que a exaustão materna tem no bebé?

Pois bem, a exaustão materna é talvez dos fatores que mais impactam o sono do bebé e o próprio processo ou sucesso da amamentação. A privação de sono é uma dor silenciosa que atinge 8 em cada 10 mulheres de bebés com idades entre os 0 aos 24 meses.

A pessoa sente-se sem paciência para tudo e para todos, sente-se lábil e irritada ao mesmo tempo. E a linha entre a saúde mental e a depressão é muito, mas mesmo muito ténue, e muito perigosa também. 

A mulher precisa de se sentir equilibrada para poder se dedicar ao bebé em pleno. Sentir-se novamente melhor mãe, melhor mulher, melhor profissional, melhor filha, melhor amiga, melhor pessoa… Isso deve ser valorizado.

A depressão pós-parto é uma condição séria. Os sintomas podem incluir tristeza persistente, sentimentos de desesperança, irritabilidade, perda de interesse nas atividades quotidianas, dificuldade em dormir ou dormir demais, e dificuldade em se conectar com o bebé. 

No caso de se tratar de depressão pós-parto quais as medidas que devem ser tomadas?

É importante que as mães procurem ajuda profissional se estiverem a passar por alguns desses sintomas.

A depressão pós-parto pode afetar significativamente o vínculo seguro entre a mãe e o bebé de várias maneiras:

- Dificuldade em se conectar emocionalmente;

- Menor capacidade de resposta às necessidades do bebé;

- Stress e dinâmica familiar alterada;

- Padrões de sono e cuidado alterados ao bebé;

Em muitas famílias, os cuidados noturnos, o dar o leite, a fralda e até cuidar do bebé que não dorme, são tratados como responsabilidade exclusiva da mãe…

A questão do sono infantil nunca é uma questão de um indivíduo apenas. Um processo de sono de um bebé é um processo de sono de uma família. 

Nunca podemos dissociar o indivíduo da família toda, pois quando estamos perante uma dificuldade, essa dificuldade é sentida por todos. 

E, portanto, quando falamos de necessidades, temos de observar e ir de encontro às necessidades de toda a família. Quando temos um bebé em privação de sono quase sempre temos a família toda em especial a mãe, se falarmos de bebés amamentados. Pois sobre ela incide grande parte da responsabilidade de nutrir o seu filho nos primeiros dias e semanas de vida. 

Mas mesmo em bebés amamentados cabe-nos a nós também fazer refletir os pais sobre o caminho a seguir e se querem ficar reféns de determinadas situações, que mais tarde serão difíceis de suportar. Decidir não amamentar um bebé é tão válido como decidir amamentar. E se a amamentação exclusiva a longo prazo se torna penosa e faz com que os pais não consigam fazer o caminho de volta e resgatar a sua vida e bem-estar, porque continuar a insistir?

A amamentação tem de ser prazerosa para ambos, mãe e bebé, e deve durar apenas o tempo que ambos decidirem que deve acontecer.

Mas a amamentação em exclusivo é recomendada pela OMS…

Eu sou defensora da amamentação exclusiva. Amamentei e amamento os meus dois bebés até hoje (um de 30 meses e outra de 11 meses), mas se uma família me diz que não quer mais amamentar, ou que quer ser mais independente, e  pensar mais em si, porque não está bem, não se sente bem como está, temos de olhar esta decisão com a mesma naturalidade da de uma mulher que amamenta até o bebé querer. 

A criança precisa da mãe para se nutrir, para se regular, para adormecer, mas onde se encontra a mãe, como se sente a mãe em relação ao seu bem-estar emocional com tudo isso?

Penso que isso tem de vir em primeiro lugar, porque o bebé pode se alimentar de outras formas, existem outras alternativas, e podem ser promovidas outras formas de adormecer que não na maminha em exclusivo. É importante normalizar a amamentação noturna, a cama compartilhada (feita em segurança) mas também é importante normalizar as decisões que cada família toma para si e para o seu bebé, e nem por isso uma ou outra deixam de merecer a mesma dedicação de mim como profissional só porque uma decidiu fazer da maminha chucha para o bebé se regular e outra decidiu pedir ajuda e desvincular-se da amamentação, porque estava em exaustão e sem saber como gerir a situação sozinha.

E este processo não quer dizer que é necessário fazer desmame, muito pelo contrário. Pode ser mantida a amamentação, mas apenas se separar a mesma do momento de adormecer.

Trabalhamos isso muitas vezes em consulta quando se torna incomportável continuar com despertares de hora a hora que só são resolvidos na maminha. 

Os meus filhos são amamentados, os dois ainda, dormem bem grande parte das noites e nem por isso foi necessário desmamar nenhum, e nunca, mas nunca nenhum dos dois adormeceu a chorar, sozinho ou sem colo e acolhimento para se regular.

Quando é que a mãe deve decidir que precisa de agir?

A mudança deve acontecer quando a pessoa sente pela primeira vez que precisa de ajuda.

Começa pela aceitação que algo não está bem. E este reconhecimento é que leva à busca por apoio, seja profissional, seja familiar ou de amigos.

Este momento inicial é o catalisador para transformações significativas e pode mesmo fazer a diferença na vida daquela mãe, daquela família e daquele bebé. 

Como já disse, A MÃE PRECISA DE ESTAR BEM. 

Sobre a Enfermeira Diana Fialho: Licenciada em Enfermagem, Pós graduada em Sono Infantil e na Adolescência, Telefone: 920 492 785, email: geral@babiesplace.com.pt

9Comentários

    • Avatar
      Marília
      Jul 11, 2024

      Muito obrigada por esta entrevista! É um tema muito pertinente e que não pode ficar para 2o plano na maternidade. Uma boa mãe tem de cuidar de si primeiro e todas precisamos de ajuda para perceber isso, ou quanto mais não seja, para poder colocar em prática :) Penso sempre nas máscaras de oxigénio nos aviões. Temos de colocar a nossa máscara antes de ajudar quem está à nossa volta, certo? Ter uma boa rede de apoio é fundamental. Somos super mulheres mas somos também humanas e não nos podemos esquecer disso. Todos os bebés beneficiam de terem mães menos exaustas. Vão usufruir de mais paciência, atenção, brincadeiras, miminhos… (e a lista continua). Da minha experiência não tem sido fácil até porque vivemos longe da família mas felizmente somos uma equipa cá em casa e o pai assume muitos cuidados para que eu possa dormir mais um bocadinho. Fazemos amamentação exclusiva mas distribuímos todas as outras tarefas e o resultado tem sido um bebé feliz, uma família feliz e uma ligação incrível entre o bebé e a mãe e o bebé e o pai. É fundamental ir reavaliando estas questões frequentemente e pedir ajuda profissional sempre que necessário. Seremos todos melhores pais se cuidarmos de nós primeiro :)

      • Avatar
        Rita Franco de Sousa
        Jul 12, 2024

        Que exemplo lindo, Marilia ! É este o equilíbrio que faz falta a tantas de nós e que adoro saber que não falha na tua família. A distribuição do incrível esforço que é cuidar de um bebé tem mesmo de ser assim: com cumplicidade, solidariedade e amor. ? Super feliz por trazeres para esta conversa uma metáfora tão simples e impactante como a das máscaras, faz todo o sentido! E sobretudo por partilhares o vosso maravilhoso exemplo que, tenho a certeza, vai ajudar a encorajar muitas outras mães a procurarem o mesmo. ❤️

      • Avatar
        Diana Fialho
        Jul 26, 2024

        Obrigada Marília Tão real este seu testemunho ? É mesmo isso A única tarefa em que o pai não pode substituir a mãe é mesmo no momento de amamentar. Tudo o resto pode ser dividido, ou então, aliviar a mãe da carga mental de todas as outras tarefas que recaem sobre si já é uma grande ajuda para mentalmente estar disponível para o bebé apenas. Todas sabemos como mães que muitas vezes o bebé tem momentos em que só quer a mãe, o fato desta não ter de pensar em mais nada já se revela num enorme alívio da sobrecarga para que possa estar mais responsiva para o bebé. ? simples assim ☺️

    • Avatar
      Marília
      Jul 11, 2024

      Muito obrigada por esta entrevista! É um tema muito pertinente e que não pode ficar para 2o plano na maternidade. Uma boa mãe tem de cuidar de si primeiro e todas precisamos de ajuda para perceber isso, ou quanto mais não seja, para poder colocar em prática :) Penso sempre nas máscaras de oxigénio nos aviões. Temos de colocar a nossa máscara antes de ajudar quem está à nossa volta, certo? Ter uma boa rede de apoio é fundamental. Somos super mulheres mas somos também humanas e não nos podemos esquecer disso. Todos os bebés beneficiam de terem mães menos exaustas. Vão usufruir de mais paciência, atenção, brincadeiras, miminhos… (e a lista continua). Da minha experiência não tem sido fácil até porque vivemos longe da família mas felizmente somos uma equipa cá em casa e o pai assume muitos cuidados para que eu possa dormir mais um bocadinho. Fazemos amamentação exclusiva mas distribuímos todas as outras tarefas e o resultado tem sido um bebé feliz, uma família feliz e uma ligação incrível entre o bebé e a mãe e o bebé e o pai. É fundamental ir reavaliando estas questões frequentemente e pedir ajuda profissional sempre que necessário. Seremos todos melhores pais se cuidarmos de nós primeiro :)

      • Avatar
        Rita Franco de Sousa
        Jul 12, 2024

        Que exemplo lindo, Marília ! É este o equilíbrio que faz falta a tantas de nós e que adoro saber que não falha na tua família. A distribuição do incrível esforço que é cuidar de um bebé tem mesmo de ser assim: com cumplicidade, solidariedade e amor. ? Super feliz por trazeres para esta conversa uma metáfora tão simples e impactante como a das máscaras, faz todo o sentido! E sobretudo por partilhares o vosso maravilhoso exemplo que, tenho a certeza, vai ajudar a encorajar muitas outras mães a procurarem o mesmo. ❤️

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