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20 coisas que precisas de saber sobre dar de mamar

20 coisas que precisas de saber sobre dar de mamar

A nossa comunidade de mães Pulguinhas é super ativa e o espírito de entreajuda está sempre presente. Por isso, quando lançámos o tema no Instagram da Pulguinhas (segue agora se ainda não fazes parte) a adesão foi incrível. Além de imensos bons conselhos sobre amamentação, apareceram também imensas dúvidas e, para responder, chamámos a especialista. 

A Lina Lopes é fisioterapeuta e consultora internacional de lactação e foi com ela que preparámos as respostas a tudo - mas mesmo tudo - que foi perguntado no Instagram. E aqui já tens: 20 coisas que precisas de saber sobre dar de mamar! Não percas a entrevista ao vivo AQUI e partilha com as mães da tua vida que estão agora a viver este momento e junta-te à conversa nos comentários. 

1- O que fazer em relação às dores nos mamilos? É normal?

As dores no mamilo durante a amamentação são sempre por má pega, incorreto mecanismo de extração de leite por parte do bebé ou consequência de uma lesão, inflamação ou infeção.

É por isso recomendado que sejam avaliadas por um profissional desta área. A resolução passará por identificar a causa e fazer o manejo necessário do bebé na mama e /ou aplicar medicação tópica (em creme) ou até por via oral, na mãe 

2 -As gretas nos mamilos são normais? O que fazer?

As fissuras aparecem por consequência de uma extração dolorosa, por exemplo, quando há tensões na boquinha e pescoço dos bebés. Podem também surgir secundárias a outras causas, como uma candidiase. As lesões por fungos podem sensibilizar aquele tecido ao ponto de fissurar. Requer sempre avaliação. 

3 -O que fazer quando o peito "encaroça"?

As mamas enrijecidas e com durões são maioritariamente por leite estagnado. A massagem no sítio do durão está contra-indicada, porque o leite não é drenado na mesma e porque potencia a inflamação.

A drenagem manual, o frio sobre a mama e a extração frequente são as primeiras estratégias a adotar.

4 -Há alguma forma da amamentação noturna custar menos?

Boa pergunta! ☺️ há aqui um elevado grau de subjetividade…um bebé acordar 2/3/4/5 vezes por noite, mamar e voltar a dormir, é considerado fisiológico. Do ponto de vista dele, praticamente não acorda. Para a mãe e para quem está no mesmo quarto pode ser uma tarefa difícil, até pelas horas de sono que são constantemente interrompidas.

Amamentar deitada (cumprindo as regras de segurança do cosleeping) permite às mães que o descanso continue, não estando num alerta mantido enquanto o bebé mama. Ser o pai/companheiro/companheira a mudar as fraldas da noite é uma maneira de dividir o tempo entre os cuidadores e pode ser uma boa estratégia para todos.

5- O que pode fazer a mãe para lidar com a ansiedade?

Diria que ser mãe já é por si só um estado de ansiedade. Quando aparenta ser mais do que o saudável, queremos identificar se há mais alguma causa subjacente. O baby blues, que parece prolongar-se ou intensificar-se, a suspeita de depressão pós-parto ou alterações emocionais que já vinham de antes da gravidez, são para ser avaliadas em psicologia ou psiquiatria. Não deixem passar! Saúde mental é saúde.

6- O que fazer quando o bebé tem um seio preferido?

É muito frequente. Nos primeiros dias depois de nascer acontece maioritariamente por incómodo posicional. Pela posição em que estava no útero e pela maneira como se desenrolou o parto, os bebés adotam muitas vezes posições adaptativas de conforto. 

Nesses casos, damos a mama que parece preferida na posição que corre bem e damos a outra mama com o bebé virado para o mesmo lado. Por exemplo: mama lindamente na posição tradicional na mama direita; então colocamo-lo na mama esquerda (que estava a ser difícil) em posição de bola de rugby (debaixo do braço)

Se perdurarem, a fisioterapia ou osteopatia pediátrica são o caminho a seguir. 

Mais tarde há “mamocas preferidas” porque temos muitas vezes maiores fluxos numa mama que noutra e os bebés adoram fluxo. 

7- Há alguma forma de ensinar o bebé a mamar?

Mamar é instintivo. É o modo como a nossa espécie sobrevive. É necessidade. Um bebé saudável e de termo procurará sempre o alimento. Não precisa de ser ensinado. Se não consegue, vamos investigar! Alguma coisa vamos de certeza encontrar na produção da mãe ou na função do bebé.

8- O que é a hiperlactação e como a controlar?

Continua a não ser consensual a sua definição. Na prática, é uma produção de leite materno maior do que a necessidade do bebé.

O volume de leite produzido será maior que o necessário para um bebé saudável (apesar de altamente variável entre bebés, não é comum exceder os 1200ml/dia).

Importa saber se a causa vem do aumento da demanda e da extração do bebé e da mãe ou se tem fatores idiopáticos, de causa materna.

Há muitas estratégias a adotar. Desde as mais simples, como a mãe amamentar recostada ou deitada e a bloquear a saída de fluxo com a sua mão, até ao consumo de substâncias naturais ou medicamentos que baixam a produção de leite. 

9- O que é o twiddling?

É aquele “sintonizar de rádio” no mamilo. É altamente stressante para grande parte das mães porque é um movimento repetido que o bebé faz num sítio carregado de terminações nervosas. Desviar a atenção para outra coisa pode resultar. Por exemplo, colocar uma pulseira de missangas na alça do soutien para que o bebé consiga fazer o mesmo gesto quando quiser.

10- Como saber se o bebé já mamou o suficiente?

Larga a mama, faz mais pausas e mais prolongadas, mostra sinais de saciedade como começar a adormecer e ficar com os bracinhos assim moles e mãos abertas. 

A excepção são os bebés recém nascidos, que têm um tempo de ação acordados bem menor e podem adormecer mesmo não tendo ingerido tudo o que precisavam. É por isso crucial nesta fase ouvir deglutir consistentemente durante a mamada e vigiar os xixis, os cocós e o aumento de peso do bebé.

11- Como é que a mãe pode "provar" que o seu leite é suficiente? (E precisa de o provar a alguém?)

Há sim fatores hormonais que contribuem para que a produção não seja a adequada. Há também extrações que não são eficazes e que por isso informam o corpo da mãe que o bebé não precisa de tanto leite e a produção baixa. 

Se o bebé mamar bem, quando quer, a crescer bem e saudável, confiamos em nós e no poder do nosso corpo. Somos mamíferos e não temos que o provar a ninguém. ?

12- Como fazer quando o bebé rejeita a mama?

Dependendo da idade, há motivos mais prováveis para essa rejeição.

De um modo geral os mais comuns são confusão de fluxos, intestino cheio e baixa produção real.

Mantendo a premissa que primeiro que tudo descobrimos o motivo, então avançamos na solução a partir daí. Pode passar por suplementar por outra via que não o biberão, aliviar desconfortos do bebé ou aumentar produção da mãe.

13- O que é a mastite - como prevenir e como é o processo de cura?

A mastite é um espectro de condições que resultam da inflamação e inchaço do tecido mamário. As mais comuns são as que acontecem por leite que acumula numa zona da mama - são as mastites inflamatórias.

Habitualmente acontecem apenas numa mama. Podem dar vários sinais inflamatórios como vermelhidão, dor, sensação de calor na mama, calafrios, mau-estar geral e febre.

Previnem-se garantindo boa drenagem da mama, amamentação sem horários rígidos, soutiens não muito justos e evitar drenagem mecânica (com bomba extratora) excessiva.  

14- Dizem que é errado deixar adormecer na mama. Qual é a tua opinião?

Sobre este assunto, parece-me que a única coisa em que deverá haver unanimidade é: a criança tem e merece ser atendida para adormecer. Há crianças que adormecem lindamente embaladas, há crianças que querem dar a mão ao cuidador, há crianças que só dormem se se mantiverem no corpo dos pais, há crianças que precisam de sucção para iniciar o sono… não há nada na ciência que nos diga que é incorreto. 

Adormecer no corpo da mãe, em sucção não nutritiva não parece socialmente aceite. Mas adormecer no corpo da mãe, na mesma posição, mas com a chupeta, já parece ser ok. 

Acho um contrassenso e apenas baseado em crenças de habituação e falta de autonomia. Mas acho também que enquanto sociedade estamos a começar a perceber melhor o ser humano que acabou de nascer e por isso, como consequência, estamos todos a perceber melhor que a mama é um bom sítio para se estar, mesmo que não seja a comer.

15- Como é que a mãe pode defender o seu espaço?

Adorava ajudar mas não sei responder. Acho que depende de cada dinâmica familiar. Nalgumas famílias há uma grande proximidade e cumplicidade entre todos os parentes e isso também ajuda a normalizar a amamentação. Se pensarmos em visitas indesejadas, não serei a melhor pessoa a responder. Suponho que falar abertamente, seja com quem for, ajudará a que cada mãe recém-nascida tenha o espaço que sente que precisa.

16- Há alguma altura em que é preciso saber desistir?

Como diz o Pediatra espanhol Carlos Gonzalez: "é muito raro vermos uma mãe e um bebé que querem desmamar precisamente ao mesmo tempo". Partindo do pressuposto que são estas duas partes do eixo que decidem quando termina, aí não considero propriamente uma desistência mas sim um processo que habitualmente envolveu ponderação.

Por outro lado, há intercorrências comuns na amamentação que deixam ali a confiança no aleitamento materno por um fio. Habitualmente surgem nas primeiras semanas. Seja dor, crescimento do bebé aquém do esperado, sinais que não está saciado...TODOS requerem avaliação em amamentação. 

Não só com o objetivo de salvar aquela história de amamentação mas principalmente porque na base destes problemas, pode estar um desconforto ou uma disfunção oral do bebé que o vai acompanhar mesmo que não mame.

E para além do aleitamento materno exclusivo há vários caminhos intermédios que não passam necessariamente por deixar a amamentação.

17- Como lidar com essa dor?

O aconselhamento especializado, que dá resposta caso a caso, será a melhor solução. 

18 - A quem devem as mães pedir ajuda para aprender a amamentar?

Amamentar tem uma forte componente instintiva. O bebé ao nascer de termo e saudável terá em princípio todas as ferramentas para procurar alimento. As mães por sua vez são mamíferas e por isso sentem e têm o arsenal necessário para amamentar. 

Ainda assim, por se saber as dificuldades iniciais mais comuns e também as crenças muito vincadas na sociedade que dificultam este processo, procurar conhecimento antes do bebé nascer pode ser uma grande mais-valia. Uma família empoderada consegue tudo!Esta formação/informação, a meu ver, faz sentido ser dada por quem estuda lactação humana.

19- Quem são as CAM e o que é o IBCLC? Um IBCLC é um consultor internacional de lactação. São as pessoas que fizeram a formação e o apoio obrigatório a mães e bebés para que se pudessem candidatar a um exame internacional feito pela entidade que certifica, re-certifica, regulamenta e dispõe de código de ética próprio - o IBLCE. São basicamente as pessoas que dedicam a sua vida profissional (em exclusivo ou como complemento) à lactação humana. São maioritariamente profissionais de saúde.

Todas as outras designações não são profissionalizantes, ou seja: "conselheiro de aleitamento materno", "assessor de lactação" ou qualquer outra não conferem uma profissão e não têm entidade própria que regulamente.

Ainda assim é importante compreendermos duas coisas:

1. antes de sermos IBCLC, todos temos "apenas" a nossa profissão de base e algum curso de formação como o exemplo dos conselheiros de amamentação. Aqui prende-se mais com a premissa que, para se prestar um apoio mesmo especializado e cobrar por ele, em princípio faria sentido garantir-se que a pessoa que temos à frente é realmente formada naquela área específica do saber.

2. somos apenas 101 IBCLC em portugal Há 3 anos éramos 30. E não podemos considerar que só quem já atingiu o patamar de consultor é que consegue apoiar as díades mãe-bebé com bons resultados. Há sempre exceções e só havendo uma grande rede mais formal e também uma mais informal de pessoas ao redor das famílias, é que se consegue que todos tenham algum apoio para resolver os seus problemas na amamentação. Então o importante é haver bom-senso. Quando aparenta ser uma situação que ultrapasse a nossa competência...encaminhamos. Basicamente como deverá ser em todas as questões de saúde.

20- O que é que a mãe precisa de dizer a si mesma para uma amamentação de sucesso?

"O meu corpo consegue. E o meu bebé também.” 

Sobre a Lina Lopes, Consultora Internacional de Lactação e onde a podes encontrar:

Sou a Lina. Tenho 38 anos, marido, filhos e cães.

Sou fisioterapeuta e consultora internacional de lactação.

Partilhar o meu dia-a-dia com bebés sempre foi o meu desejo. Poder fazê-lo enquanto profissão é mesmo uma alegria.

As famílias recém-nascidas são muito inspiradoras e para além da fisioterapia pélvica e da fisioterapia respiratória pediátrica, é na amamentação que encontro o entusiasmo todos os dias.

Encontras-me na clínica Axis em Vendas Novas, na Clínica maebebé em Setúbal, no Centro Sem Papas na Língua em Corroios e on-line, para todo o mundo.

Contactos: 964780883 ; Instagram

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