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Tempo e presença - Psicologia e desenvolvimento do bebé -  entrevista com Filipa Malo Franco

Tempo e presença - Psicologia e desenvolvimento do bebé - entrevista com Filipa Malo Franco

Filipa Malo Franco é Psicóloga Clínica e da Saúde com formação especializada na área perinatal e parentalidade. O seu trabalho diário, a acompanhar pais e os seus bebés, passa por compreender os receios, os problemas e sobretudo as soluções para que cada família encontre o seu equilíbrio. E o que descobriu é que, sendo todas diferentes, há muito em comum no que as preocupa. Nesta entrevista, também descobrimos que há verdadeiramente um “laço” que nos une, fica para ver como isso tem um impacto na tua relação com o teu bebé. 

Quais são as principais preocupações dos pais quando procuram a consulta de psicologia na tua clínica?

Nós, na clínica, acompanhamos do bebé ao adulto, com psicologia do bebé, criança, adulto, e intervenção em áreas específicas como a área perinatal, bem como, aconselhamento psicológico parental, consulta do sono do bebé, terapia familiar e de casal, e psiquiatria. 

Nas consultas de aconselhamento psicólogico parental, consulta do sono do bebé e psicologia e psicologia da criança e do adolescente, são várias as preocupações dos pais, principalmente porque em todas as fases do crescimento dos nossos filhos, existem preocupações, umas mais gerais e outras mais individuais e subjetivas. 

Mas, respondendo de uma forma geral, existem sempre temas comuns como o sono do bebé, birras e emoções, processos de desenvolvimento e autonomia, questões de adaptação, relação com os pares e na adolescência, a comunicação e os ecrãs é o mais comum.

Se os bebés pudessem falar, qual achas que seria o seu principal pedido aos pais?

Tempo e presença. 

O teu posicionamento vai muito ao encontro do da Pulguinhas, e do meu próprio, no sentido de quanto mais acolhimento e mais colo, melhor. Em que é que isto ajuda tanto pais quanto bebé?

O colo e a proximidade é crucial ao bom desenvolvimento do bebé. Não só pelas suas questões biológicas e neuro químicas mas também, pelas necessidades relacionais e de vinculação. O colo é o principal habitat do bebé. Para os pais, é igualmente importante, e é com preocupação que olho para a nossa cultura de autonomia, a exigência que existe numa parentalidade muito focada no adulto, as licenças curtas que sobrecarregam os pais, e a “aldeia” que cada vez é mais inexistente.

Consideras o colo uma necessidade biológica do bebé?

Não existem dúvidas do ponto de vista da evidência científica e do que se sabe actualmente sobre o desenvolvimento infantil: o colo É uma necessidade biológica, psicológica, vinculativa e relacional do bebé.

Na Pulguinhas estou sempre a dizer que o colo é o habitat natural do bebé e sei que também dizes o mesmo. Sentes que o babywearing pode ser uma ajuda para dar esta resposta ao bebé?

Sem dúvida. Principalmente para aliviar os pais, conseguindo carregar o bebé ao colo com maior tranquilidade e liberdade.

Dizes que o papel dos pais não é igual e que isso é bom. É bom para quem, queres explicar-nos?

Para o bebé. 

O bebé e criança precisam dessa diferença porque cada pessoa na família tem o seu papel em prol do desenvolvimento

Como se faz a divisão, como entendes que é o papel de cada um no casal?

O papel de cada elemento do casal depende daquilo que cada um é, gosta de fazer, e naturalmente se encarrega. A divisão faz-se respeitando a diferença e comunicando de forma vulnerável sobre o que se sente e pensa

O que ganha o bebé, no seu desenvolvimento, nas rotinas do dia, na forma como vê o mundo, com estes papéis?

Em primeiro lugar, que as relações são diferentes, que as pessoas também o são e que podemos gostar de fazer coisas diferentes com os nossos cuidadores, mesmo amando muito todos eles. Depois, o facto de sermos diferentes também permite o desenvolvimento e principalmente o equilíbrio. Imaginemos uma mãe (que podia ser o pai ou outro cuidador) muito cuidadosa e que no parque está sempre a avisar para o bebé ou criança pequena ter cuidado, e num outro lugar, está um pai (ou outro cuidador) que é mais destemido, confia mais no bebé, e aventura-se mais. Do ponto de vista do desenvolvimento o segundo cenário (desde que esteja seguro) é mais saudável, e se ambos os pais fossem mais cuidadosos, talvez o bebé fosse mais ansioso no seu movimento livre. E como estes, há muitos outros exemplos. Em suma, acho que todos ganhamos com a diferença, principalmente quando nós estamos a desenvolver, desde que as regras e as rotinas de base, estejam em sintonia para que a base seja previsível,

O colo pode ser um desses casos? Ou seja, o Sling pode ser mais a área de um dos pais, do que do outro?  

Pode claro! Sem problema nenhum

Como recomendas que cada família faça o seu trabalho de descobrir o que é o equilíbrio no seu caso?

Comunicação. Mesmo que possa gerar conflito numa primeira instância, a comunicação é essencial para se descobrir o equilíbrio.

Se tivesses apenas 3 grandes conselhos, o que recomendarias aos novos pais para este novo mundo em que agora entram?

Não se percam nos palpites. 

Sigam o vosso instinto.

Aproveitem que passa rápido: para o bom e para o mau.

Onde e como é que os pais podem entrar em contacto com a clínica e agendar uma sessão?

Www.filipamalofranco.com

Instagram:  @filipamalo

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