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O Mito do Bebé Independente

O Mito do Bebé Independente

De certeza que já ouviste o tom acusatório de um “está sempre agarrado às saias da mãe” e ao mesmo tempo o elogio “que menina tão crescida, muito independente”. O problema com estas visões de mundo e da maternidade é que estão a ser aplicadas a bebés e a crianças pequenas. Um adolescente independente é óptimo. Uma criança de 2 anos independente é péssimo e vou explicar-te o porquê com ajuda do que a ciência nos diz sobre o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças.

O que a ciência nos mostra sobre a independência precoce

A independência é frequentemente confundida com ausência de pedidos de colo, choro reduzido ou capacidade de ficar sozinho durante longos períodos. Mas, na verdade, a investigação em psicologia do desenvolvimento mostra que quando um bebé ou uma criança muito pequena deixa de chamar pela mãe, muitas vezes não é sinal de autonomia. É sinal de que desistiu e que percebeu que não adianta chamar.

Este fenómeno é conhecido como desapego aprendido: quando o bebé entende que não vale a pena procurar apoio porque não vai recebê-lo. À superfície, parece tranquilo e “crescido”.

Mas por dentro está apenas a lidar com a ausência de resposta, reprimindo necessidades legítimas. E isto é desfazer o sentido de auto-valor e de confiança do bebé, não é exatamente o melhor presente que podemos dar.

O verdadeiro caminho para a autonomia

A verdadeira autonomia nasce da segurança. O pediatra John Bowlby, considerado o pai da Teoria do Apego, demonstrou que as crianças constroem confiança no mundo quando sabem que a sua figura de referência está disponível e responde às suas necessidades. Ou seja, são os bebés que recebem colo, carinho e resposta consistente ao choro que se tornam no futuro, crianças, adolescentes e adultos mais confiantes, capazes de explorar e relacionar-se com o mundo de forma saudável. Não te parece que este sim é um bom presente a dar à tua Pulguinha?

Porque é que um bebé de 2 anos não deve ser “independente”

Um bebé ou uma criança pequena precisa de apoio constante. O cérebro está em rápido desenvolvimento, sobretudo nas áreas ligadas à regulação emocional. Estudos mostram que o contacto físico e a atenção parental ajudam a reduzir os níveis de cortisol (hormona do stress) e a promover um crescimento saudável.

Dizer que um bebé de 2 anos é “independente” pode parecer um elogio, mas é um sinal de que se está a esperar demasiado cedo algo que não é apropriado ao seu estágio de desenvolvimento. Tal como não se pede a um bebé de 6 meses para correr, também não se pode exigir independência emocional a uma criança tão pequena. De certeza que te vêm à memória casos recentes e mães que tentam por tudo que os seus bebés não chorem para as

chamar, desde banhos frios a meio da noite, a vídeos a descartar o chamar como sendo “só manha”. É por isto que desfazer o mito do bebé independente é tão fundamental. É para que não haja pressão sobre as mães para recusarem o instinto de acolher e para que não haja uma vontade de forçar o bebé a ser independente, porque não tem de ser e, acima de tudo, não deve ser independente.

E é aqui que entra o papel do colo no desenvolvimento saudável. Porque fomentar estes laços de dependência do bebé é BOM. O bebé deve ser dependente e deve sentir confiança absoluta de que é central e que o que ele precisa tem valor.

É por isto que na Pulguinhas acreditamos tanto no babywearing. Porque sabemos que dar colo não é um mimo extra, é uma necessidade biológica.

- O contacto pele a pele regula o batimento cardíaco e a respiração.

- A resposta ao choro ensina que o mundo é seguro.

- O vínculo constante cria uma base sólida de confiança.

É precisamente este suporte inicial que vai permitir que a tua Pulguinha, mais tarde, se sinta confiante para explorar, brincar sozinha e relacionar-se com outras pessoas de forma equilibrada. Porque tu, Mãe ou Pai, és o porto seguro onde sabe que pode sempre regressar e isto aprende-se no abraço dos 0 aos 2 anos (e quanto mais, melhor).

E o contrassenso neste mito do bebé independente é que provoca exatamente o oposto do pretendido. Quanto menos colo, mais sedento de carinho e mais dependente fica o bebé.

Agora que já sabes, partilha com quem tem um bebé pequenino ou a caminho, ajuda a desfazer o mito de que os bebés devem ser independentes.

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