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O sono do bebé - entrevista com a Dr.ª Mafalda Leitão

O sono do bebé - entrevista com a Dr.ª Mafalda Leitão

Entrevista a Drª. Mafalda Leitão - Psicóloga Clínica e Especialista do Sono

O Sono é indispensável para a saúde, equilíbrio e bem-estar em qualquer idade. Para Pulguinhas pequenas, especialmente na fase em que dormem até dezasseis horas por dia, torna-se indispensável assegurar que os períodos de sono são adequados, tranquilos e seguros.

 

Para conseguir algumas sugestões e conselhos que nos ajudem a oferecer à Pulguinha as melhores condições para o seu descanso falámos com a Drª Mafalda Leitão - Psicóloga Clinica e Coordenadora do Núcleo das Perturbações do Sono no PIN.

 

 

1

O sono evolui? Em que difere o sono de um bebé, um adolescente ou um adulto?

 

O sono tem efetivamente características diferentes ao longo do ciclo de vida, ainda que a sua função seja sempre a mesma: reparação fisiológica, emocional e adaptativa.

 

De uma forma global, vamos precisando de menos horas de sono ao longo da vida - os recém-nascidos dormem à volta de 16 horas por dia enquanto um idoso necessita de cerca de 6. Contudo, aquelas horas têm de ser de qualidade, o que apenas é conseguido se não houver fatores que interfiram no sono.

 

A arquitetura (ou estrutura) do sono do recém nascido é muito diferente da que terá logo na primeira infância. Até aos 3 meses o ciclo do sono começa pelo sono ativo, (onde vemos caretas e espasmos musculares no bebé) e que alterna com o sono tranquilo, onde encontramos um bebé sereno. O sono tranquilo evoluirá para o sono NREM, com uma forte componente reparadora a nível fisiológico e essencial para o crescimento físico; o sono ativo dará lugar ao sono REM, essencial para o desenvolvimento do sistema nervoso central e para a consolidação da memória.

 

Há um alerta a fazer aos pais, que têm muitas vezes a expectativa de que os recém-nascidos "comem e dormem" e ficam muito preocupados quando os seus bebés ficam muito tempo despertos durante o dia ou quando, pelo contrário, fazem longos períodos de sono, tendo sistematicamente de ser acordados para comer - ambas as situações são normais. No primeiro ano de vida há uma grande variabilidade entre as horas de sono diárias, que podem oscilar entre as 9 e as 19h nos recém nascidos, só se uniformizando a partir de então.

 

Outra diferença importante no sono das diversas faixas etárias tem a ver com os períodos de sono-vigília. Os recém nascidos têm uma grande alternância entre momentos de sono e de alerta tanto de dia como de noite, como os pais tão bem sabem, pelo que só falamos de sono diurno e noturno a partir dos 3 meses.

 

Com o passar do tempo, as sestas começam a consolidar-se em determinados momentos do dia, concentrando-se em 2 sestas (uma de manhã e outra à tarde) pelos 9 meses e numa só a partir dos 2 anos, depois do almoço. A necessidade formal de sesta desaparece entre os 3 e os 5 anos mas a necessidade de descanso ao inicio da tarde persiste por toda a vida. Como a vida é um ciclo, na 3a idade, por seu lado, volta a reaparecer o sono diurno.

 

 

2

Em que condições se faz/ consegue um sono ideal?

 

As condições ambientais são fundamentais para que as crianças consigam adormecer rapidamente e ter um sono de qualidade.

 

O sono noturno deve acontecer num ambiente escurecido e silencioso, pois mesmo pequenos barulhos podem tornar superficial o sono, impedindo que se descanse devidamente.

 

Pode ser usada uma luz de presença, amarelada ou laranja, colocada de preferência fora do quarto (ex: hall de acesso ao quarto) mas que ilumine ligeiramente o seu interior. Relativamente às sestas, não é necessário que decorram às escuras sobretudo no caso dos bebés, uma vez que lhes queremos ensinar que o maior período de sono deve acontecer à noite.

 

A temperatura ambiente deve ser constante ao longo de todo o ano, devendo rondar os 18-21 graus. É também de atender ao que se veste aos bebés, pois os mais pequenos têm uma dificuldade normal em regular a temperatura corporal e se sentirem frio ou calor vão acabar por despertar.

 

Finalmente, a cama também deve ser adequada ao tamanho/ idade da criança e cumprir as normas de segurança, uma vez que é lá que esta deve dormir a noite toda.

 

As diretrizes nacionais e internacionais para a prevenção da morte súbita dos lactentes (primeira causa de morte no 1o ano de vida), preconizam que o bebé deve dormir na sua cama, em colchão firme e ajustado ao tamanho do berço/ cama de grades.

 

Deve ser posicionado de barriga para cima, com os pés a tocar o fundo do berço e, se o taparem, o lençol ou cobertor (nunca edredon), deverá ser colocado debaixo dos braços e bem preso debaixo do colchão, evitando que o bebé deslize para debaixo do lençol e sufoque. Por motivo idêntico, não se devem colocar peluches, fraldas de pano ou mantas soltas na cama. Cumprindo estas indicações conseguiremos a maior segurança possível durante o sono das nossas pulguinhas.

 

3

Como podemos garantir que os tempos e a qualidade do sono são as indicadas para Pulguinhas pequenas?

 

Os pais devem implementar rotinas assim que possível, pois é a melhor forma de ajudar o bebé a adaptar-se às 24 horas do mundo exterior. Um bebé nasce com ciclos de 4 horas que estruturou in útero, durante as quais ele dorme, come e está vigil.

 

A transição para as 24 horas depende de 4 fatores: exposição à luz-escuridão, horários de alimentação, exposição ao silêncio-ruído e hábitos implementados pelos pais.

 

Estes últimos devem, desde o início, promover o adormecer de forma autónoma, ou seja, independente da sua presença ou de circunstâncias que não possam ser replicadas noutros contextos - por exemplo, um bebé que adormeça sempre ao colo da mãe, tanto terá dificuldade em adormecer na sua cama como ao colo de outra pessoa que não a mãe, se esta não puder estar presente. Não se quer com isto dizer que mães e pais não devam acarinhar ou andar com os filhos ao colo - estes devem ser, e muito, acarinhados e embalados, mas não nos momentos que precedem o adormecer, para evitar associações que se vão converter num hábito difícil de ser quebrado.

 

A Dra. Mafalda Leitão é psicóloga clínica e trabalha na área das perturbações do sono  há mais de dez anos.

 

Tem duas pós-graduações em Ciências do Sono pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e faz formação, desde 2010, na Clínica del Sueño Estivill em Barcelona.

 

Trabalha atualmente no Hospital Beatriz Ângelo e no Centro de Desenvolvimento PIN - Progresso Infantil, sendo coordenadora do Núcleo de Perturbações do Sono.

mafalda.leitao@pin.com.pt

2Comentários

    • Avatar
      Irina vita
      Sep 28, 2016

      Foi a primeira vez que encomendei coisas na pulguinha e devo dizer que fiquei encantada com a rapidez e com as coisas para o meu bebe que vem a caminho, fiquei encantada, recomendo a tds as mamas

      • Avatar
        Pulguinhas
        Oct 1, 2016

        Muito obrigada pela simpatia, Irina. Temos todo o gosto e agradecemos o privilégio de poder fazer parte dos primeiros momentos de uma nova vida. Pode sempre contar connosco. Beijinhos

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