Deixar chorar é solução?
Já houve um tempo em que o conselho dado aos jovens pais era o de deixar chorar. Acreditava-se que tudo era manha e truques dos bebés, que simplesmente queriam colo, ou não queriam adormecer cedo nem estar sozinhos. Mas hoje em dia, o ‘deixar chorar’ é uma técnica a cair em desuso. Pais e pediatras convencem-se cada vez mais que o bebé pede colo, porque precisa (e merece colo). Veja aqui o nosso artigo sobre a importância do colo e descubra alguns dos conselhos para que as pequenas Pulguinhas cresçam confiantes e com muito amor.
Isto não significa que a Pulguinha não vá chorar, vai ser inevitável e até bom na medida certa. Deixar que haja algum choro é natural, mas deixar que a Pulguinha se habitue a chorar até adormecer sozinha ou a lidar com o isolamento seguindo este método do deixar chorar, já não é assim tão natural. Esta é a opinião de especialistas que defendem que o simples ‘deixar chorar’ pode ter feito sentido em épocas passadas mas que, hoje em dia, temos uma melhor compreensão do bebé e por isso a nossa resposta pode e deve ser mais adequada.
A Dr.ª Margot Sunderland, diretora de educação e treino no Center for Child Mental Hrealth em Londres, a resposta é simples: “ficaria muito surpreendida de algum pai continuasse a utilizar o método de ‘deixar chorar’ se tivesse conhecimento do que acontece no cérebro do seu bebé quando o faz”. “O cérebro do bebé é tão vulnerável ao stress – depois do nascimento ainda não está ainda pronto e acabado. No primeiro ano de vida as células ainda se encontram em movimento, indo para onde precisam de estar num processo chamado de migração. A migração é altamente influenciada pelo stress que não é reconfortado”, admite a especialista.
Isto implica que a prática do deixar chorar vai ter implicações na forma como o cérebro do bebé é ‘construído’ e moldado para a vida. Diz ainda a especialista que este provocar de stress do choro descontrolado é altamente tóxico e resulta em pressão arterial elevada, pressão cerebral elevada, flutuações erráticas da frequência cardíaca, da respiração e da temperatura, apneias ou problemas nos sistemas digestivo e imunitário.
Para mais, quando a Pulguinha finalmente para de chorar, não significa que tenha conseguido consolar-se sozinha e que esteja a tornar-se mais independente. Antes pelo contrário, diz Sunderland, trata-se de um processo de resposta que resulta numa desistência, “protesto, desespero, distanciamento”.
Um resultado que, seguramente, está muito longe da intenção de quem defende esta prática. A bem da verdade, todos os pais que já experimentaram ‘deixar chorar’ conseguem ‘sentir’ com simples intuição, o que a ciência agora comprova. A presença tranquilizante dos pais é o melhor conselho.
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